Cerca de 1.500 metalúrgicos da General Motors de São José dos Campos saíram em passeata, nesta sexta-feira (18), dando início à campanha “Fora todos eles e Eleições Gerais, já”, em referência ao governo Dilma e ao Congresso Nacional. Logo depois, foi a vez de trabalhadores da Hitachi realizarem uma paralisação de uma hora na porta da fábrica.
O protesto na GM começou às 5h15, na entrada do primeiro turno da fábrica, e se estendeu até as 6h45. Com isso, a produção de veículos teve um atraso de duas horas. Os trabalhadores percorreram três quilômetros pela Avenida General Motors e usavam adesivos com o “Fora todos eles”.
O protesto foi organizado pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e pela CSP-Conlutas, que irão disponibilizar centenas de adesivos de carros com o slogan para massificar a campanha.
Durante o protesto, realizado às margens da Rodovia Presidente Dutra, motoristas buzinavam em apoio à manifestação. Houve lentidão no trânsito da região.
Abrindo a manifestação, uma faixa de oito metros exibia fotos da presidente Dilma Rousseff e Lula, do PT, Michel Temer, Renan Calheiros e Eduardo Cunha, do PMDB, e Aécio Neves, do PSDB. Bonecões representando Dilma e Aécio também foram levados à passeata.
“De nada adianta tirar a Dilma e manter o governo nas mãos de outros políticos que, além de estarem envolvidos em corrupção, não atendem aos interesses da classe trabalhadora. Somos contra o impeachment, porque isto representaria passar o poder para o Michel Temer, Cunha ou Renan, e nada mudaria. Defendemos a saída do governo Dilma e de todos os parlamentares, com a convocação de eleições para presidente, senadores e deputados. Também exigimos cadeia para todos os corruptos e confisco de seus bens para devolução do dinheiro roubado do povo”, disse o presidente do Sindicato, Antônio Ferreira de Barros, o Macapá.
A postura da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), que agora defende o impeachment da presidente Dilma, também foi criticada.
“Os empresários foram amplamente beneficiados pelo governo, com incentivos fiscais e financiamentos bilionários pelo BNDES. Sempre estiveram ao lado do governo e agora defendem o impeachment, de forma oportunista. A verdade é que nenhuma alternativa apresentada pela Fiesp vai representar uma melhoria para os trabalhadores”, conclui Macapá.
A manifestação dos trabalhadores da GM e Hitachi foram as primeiras de uma série a ser organizada pelo Sindicato e CSP-Conlutas, que também defendem a construção de uma Greve Geral no país como forma de pressionar a convocação de novas eleições. O presidente nacional do PSTU, José Maria de Almeida, também participou da manifestação.
“No dia 1º de abril, a CSP-Conlutas realizará um dia de lutas da classe trabalhadora. Vamos às ruas levar nossas bandeiras, contra essa política econômica que só privilegia empresários e banqueiros. Os maiores partidos do país, PT, PMDB e PSDB, defendem a mesma política em que os trabalhadores são penalizados com retirada de direitos, demissões, inflação e cortes no orçamento de serviços públicos. É preciso um terceiro campo contra o governo e a oposição de direita, que apresente as reivindicações da classe trabalhadora”, defendeu Luiz Carlos Prates, o Mancha, da Executiva Nacional da CSP-Conlutas.
Foto:Divulgação / Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos