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“Quanto mais sabemos sobre o zika, mais as coisas parecem piores”

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A diretora da Organização Mundial da Saúde, OMS, afirmou que em menos de um ano, o estado do zika vírus passou de “mera curiosidade médica para uma doença com sérios impactos na saúde pública”.
Margaret Chan declarou que “quanto mais se sabe sobre o zika, mais as coisas parecem piores”. Ela concedeu uma coletiva de impensa na tarde de terça-feira, hora local em Genebra.
Crise Severa
Chan agradeceu aos países e aos cientistas que trabalham coletando evidências sobre o vírus, que está circulando em 38 nações e territórios. A diretora da OMS explicou não ser possível prever se o vírus irá para outros locais do mundo e causar má formações em fetos ou desordens neurológicas em pacientes infectados.
Mas Margaret Chan foi clara: “se essa tendência for confirmada além da América Latina e do Caribe, o mundo enfrentará uma crise severa de saúde pública”.
Segundo a OMS, o mundo soube do zika quando o Brasil confirmou em maio do ano passado um “surto misterioso de milhares de casos” de pessoas com o vírus. Em outubro, o país reportou um “aumento raro do número de recém-nascidos com microcefalia”.
A chefe da OMS disse que os cientistas ficaram surpresos com a possibilidade da picada de um mosquito estar ligada à severa má formação fetal, fato que também deixou o público alarmado.
Brasil
A associação do zika com a síndrome de Guillain-Barré fez com que o grupo de risco se expandisse além das mulheres e dos bebês. Margaret Chan lembrou ainda que já foi confirmada a transmissão do vírus durante relações sexuais.
Brasil e Panamá já reportaram casos de microcefalia, enquanto a Colômbia está investigando a possível ligação de bebês com microcefalia e o zika vírus. Em outros países, o vírus ainda não circulou por tempo suficiente para que as gestações se completem. Na África, uma equipe da OMS está em Cabo Verde investigando o primeiro relato de microcefalia.
Vacinas
A diretora da agência da ONU revela que 12 países e territórios confirmaram aumento da incidência da síndrome de Guillain-Barré ou a confirmação por laboratório de que os pacientes com a síndrome tinham zika.
Margaret Chan afirmou que agora existe consenso científico de que o zika vírus causa desordens neurológicas. Ela destacou que ações urgentes são necessárias e não devem esperar provas definitivas.
Os especialistas que pesquisam o surto concordam que a prioridade deve ser a criação de um teste de resultado rápido. Mais de 30 companhias trabalham nisso. Sobre vacinas, 23 projetos estão em andamento nos Estados Unidos, na França, no Brasil, na Índia e na Áustria.

Jovem brasileira de 15 anos segura bebê com microcefalia. Foto: Unicef/Ueslei Marcelino
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.


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