O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou que a organização marca o Dia Mundial de Combate à Aids, esta terça-feira, 1º de dezembro, “com uma nova esperança”.
O chefe das Nações Unidas disse que os líderes mundiais assumiram, de forma unânime, o compromisso de acabar com a epidemia da Aids até 2030, como parte dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, adotados em setembro.
Importante
De Harare, no Zimbábue, onde participa de uma Conferência sobre Aids na África, o médico do Departamento de HIV/Aids da OMS, Marco Vitória, falou sobre o fim da doença em entrevista à Rádio ONU.
“É importante deixar claro que enquanto dizemos que existe a perspectiva de se eliminar a doença Aids como problema de saúde pública, não significa eliminar totalmente o número de casos, e sim uma redução drástica, bem acentuada do número de novos casos e novas infecções. Hoje nós temos aproximadamente 2 milhões de casos de infecções por HIV todos os anos. A meta é reduzir isso para menos de 200 mil pessoas infectadas por ano, ou seja, não é literalmente acabar com a epidemia. Agora, o importante é deixar claro que o objetivo também é reduzir o número de mortes causadas pela doença na mesma proporção.”
O chefe da ONU afirmou que esse compromisso dos líderes mundiais reflete o poder da solidariedade para forjar, a partir de uma doença destrutiva, um dos movimentos mais inclusivos da história moderna.
Oportunidade
Ele alertou que “a janela de oportunidade para agir está se fechando”. Por isso, Ban que a implementação da iniciativa chamada “Fast-Track” para disponibilizar investimento e reduzir a lacuna entre necessidades e serviços.
O secretário-geral explicou que para pôr um fim à epidemia e evitar que ela volte, a comunidade internacional deve agir em várias frentes.
Segundo ele, é preciso mais do que dobrar o número de pessoas recebendo tratamento para alcançar os 37 milhões que vivem com o HIV.
Para Ban, é necessário também fornecer acesso à educação e opções de proteção contra o vírus a mulheres jovens e adolescentes. Outro ponto importante citado pelo chefe da ONU é conceder a setores chave da população acesso total a serviços prestados com dignidade e respeito.
O secretário-geral afirmou que acabar com a Aids é essencial para o sucesso da campanha “Cada Mulher, Cada Criança” e também da Estratégia Global para garantir a saúde e o bem-estar de mulheres, crianças e adolescentes no prazo de uma geração.
Ban Ki-moon alerta que é necessário fornecer acesso à educação e opções de proteção contra o vírus a mulheres jovens e adolescentes. Foto: Unaids
Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York